A cirurgia de catarata já foi considerada muito arriscada. As pessoas a temiam, e muitas evitavam
operar-se devido a certos inconvenientes, como a necessidade de internação hospitalar. Atualmente, ela
é considerada uma das cirurgias mais seguras dentro da Medicina, podendo ser realizada em alguns
minutos em centros cirúrgicos especializados, retornando o paciente rapidamente a suas atividades
habituais. A recuperação visual é, geralmente, excelente.

Isso se tornou possível graças a uma avançada técnica chamada Facoemulsificação, a mais utilizada no
mundo todo. Após a aplicação de anestesia local por um especialista, realizamos limpeza meticulosa do
olho a ser operado com produto antisséptico próprio e isolamos os cílios com campo adesivo exclusivo
para cirurgias oculares. É realizada uma pequena incisão na córnea (geralmente em torno de 2.2mm), a
catarata (cristalino opacificado) é fragmentada em minúsculas partículas por meio de ultra-som e
aspirada do olho. Ao final da cirurgia, uma lente intra-ocular (LIO) é implantada para compensar a
remoção do cristalino. Hoje em dia, existem diversas opções de lentes intra-oculares, em sua grande
maioria, importadas. As lentes intra-oculares possibilitam a correção da presbiopia/vista cansada
(Lentes Multifocais), altos graus de hipermetropia e miopia bem como alguns graus de astigmatismo
pré-operatório (Lentes Intra-oculares Tóricas). Consulte seu cirurgião quanto a melhor opção de lente
intraocular para o seu caso, e ao decidir, saiba que normalmente não se “troca” a lente intraocular
implantada.

Alguns exames pré-operatórios devem ser realizados pelo oftalmologista tais como: microscopia
especular , biometria para cálculo da LIO, PAM, Mapeamento e Retina e Topografia de Córnea. Se
necessário, alguns exames de saúde também serão solicitados (hemograma completo, glicemia de
jejum, eletrocardiograma, etc).

A catarata deve ser operada quando interfere com a qualidade de vida do paciente. Na imensa maioria
das vezes, não há urgência em se operar a catarata. Naturalmente, critérios técnicos e éticos devem ser
levados em consideração em todos os casos. A cirurgia de catarata não é, em absoluto, um
procedimento simples. Trata-se de um ato médico complexo, que requer excelente preparo do
profissional, aparelhagem e instrumental adequados e boa colaboração do paciente. A incidência de
complicações operatórias graves é muito baixa (menos que 1%). É bom lembrar que a boa visão pósoperatória
vai depender da saúde do restante do olho. Doenças retinianas e glaucoma, por exemplo, não
impedem a realização da cirurgia mas podem comprometer o resultado visual final.

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